Identidades e posições nas relações sociais em perspectivas feministas : interrogações à psicanálise a partir de articulações entre materialidade e discurso - TEL - Thèses en ligne Accéder directement au contenu
Thèse Année : 2020

Feminist perspectives on identities and positions in social relations : questioning psychoanalysis from materiality and discourse

Identités et positions dans les rapports sociaux selon des perspectives féministes : questions à la psychanalyse à partir d'articulations entre materialité et discours

Identidades e posições nas relações sociais em perspectivas feministas : interrogações à psicanálise a partir de articulações entre materialidade e discurso

Résumé

Both in the field of psychoanalysis and in that of feminist and queer studies, different perspectives conceive the identity “women” as a kind of imaginary unification. However, once we recognize the importance of desessentialization, we cannot deny the existence of differentiated vulnerabilities. This tension placed, our objective is to think about the category “women” under the assumption that if there is nothing “genuinely feminine”, but there is indeed a differentiated vulnerability, that category can only be defined by the oppression experienced by them. In order to question psychoanalysis about some feminist perspectives’ contributions, we outline a theoretical-conceptual methodology guided by the “situated knowledge” theoretical-methodological approach based on a theoretical framework anchored in psychoanalysis, notably Freud and Laplanche, and in feminist perspectives. Appealing to propositions outwards identity approaches, such as performativity according to Judith Butler and positions in social relations provided by materialist feminism perspectives, we achieve a non-essentialist understanding of the category “women”, characterized by positions in social relations bounded to concrete and varied forms of oppression, which cannot be understood outside multiple and imbricated social relations. In this perspective, “becoming a woman” can be defined by the experience of oppression, which psychoanalysis allows us to situate as operative standards, such as the principle of gender hierarchy, that at the same time that work reveal their flaw, in the way that is posed to the child as an enigma to translate. Understanding the notion of “women” in those terms allows us to locate gender oppressions, as well as to articulate what would be the “specificity of psychoanalysis” considering the imbrications between discourse (or the field of representation) and materiality.
Que ce soit dans le champ de la psychanalyse ou dans celui des études féministes et queer, différents courants perçoivent l’identité des femmes purement comme une sorte d’unification imaginaire. Cependant, une fois reconnue l’importance de la désessentialisation, nous ne pouvons nier l’existence de vulnérabilités différenciées. À partir de cette tension, notre objectif est de penser la catégorie « femmes » selon l’hypothèse que, s’il n’y a rien d’« authentiquement féminin », mais il y a bien une vulnérabilité différenciée, la catégorie « femmes » ne peut être définie qu’en vertu de l’oppression éprouvée par elles. Dans un cadre théorique ancré dans la psychanalyse, notamment à partir de Freud et de Laplanche, et des perspectives féministes, nous esquissons une méthodologie de recherche théorico-conceptuelle guidée par l’approche théorico-méthodologique des « savoirs situés » afin d’interroger la psychanalyse à partir des inflexions occasionnées par des perspectives féministes. En faisant appel à des propositions non identitaires, telles que la performativité selon Judith Butler et l’apport des perspectives féministes matérialistes concernant les positions dans les rapports sociaux, nous arrivons à une compréhension non essentialiste de la catégorie « femmes », caractérisée par une position dans les rapports sociaux comportant des formes d’oppressions concrètes et variées, qui ne peuvent être comprises en dehors des rapports sociaux multiples et imbriqués. Selon cette perspective, le « devenir femme » est appréhendé en tant qu’expérience même de l’oppression, dont la psychanalyse permet de situer à partir de normes opérantes – sur le principe de la hiérarchie des genres – en même temps que défaillantes car cette hiérarchie se pose à l’enfant comme une énigme à traduire. Cette approche nous permet de situer des oppressions genrées, ainsi que d’articuler ce que serait la « spécificité de la psychanalyse », en tenant compte de l’imbrication entre discours (ou le champ de la représentation) et matérialité.
Tanto no âmbito da psicanálise quanto nos campos dos estudos feministas e queer, diferentes perspectivas concebem a identidade “mulheres” como uma espécie de unificação imaginária. No entanto, uma vez reconhecida a importância da dessessencialização, não podemos negar a existência de vulnerabilidades diferenciadas. A partir dessa tensão, nosso objetivo é pensar a categoria “mulheres” segundo a hipótese de que, se não há nada de “autenticamente feminino” e, ao mesmo tempo, existe uma vulnerabilidade diferenciada, tal categoria não pode ser definida senão em virtude de sua opressão. A partir de um referencial teórico ancorado na psicanálise, notadamente Freud e Laplanche, bem como em perspectivas feministas, delineamos uma metodologia de pesquisa teórico-conceitual, orientada pela abordagem teórico-metodológica dos “saberes situados”, a fim de interrogar a psicanálise a partir de inflexões ocasionadas por perspectivas feministas. Fazendo recurso a proposições não-identitárias, tais como a performatividade em Judith Butler e as contribuições de perspectivas feministas materialistas no que se refere a posições nas relações sociais, chegamos a uma compreensão não essencialista da categoria “mulheres”, caracterizada por posições nas relações sociais que circunscrevem formas concretas e variadas de opressão, as quais não podem ser compreendidas senão a partir de relações sociais múltiplas e imbricadas. Nessa perspectiva, o “tornar-se mulher” pode ser concebido enquanto a experiência mesma da opressão, que a psicanálise permite situar a partir de normas operantes – por um princípio de hierarquia de gêneros – ao mesmo tempo em que sempre existe algo que falha, uma vez que essa hierarquia se coloca para a criança como um enigma a traduzir. Esa abordagem possibilita situar opressões gênero-específicas, assim como articular o que seria a “especificidade da psicanálise”, levando em consideração as imbricações entre discurso (ou o campo da representação) e materialidade.
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  • HAL Id : tel-03282270 , version 1

Citer

Augusta Rodrigues de Oliveira Zana. Identidades e posições nas relações sociais em perspectivas feministas : interrogações à psicanálise a partir de articulações entre materialidade e discurso. Psychology. Université Paris Cité; Universidade federal do Rio de Janeiro, 2020. Portuguese. ⟨NNT : 2020UNIP7053⟩. ⟨tel-03282270⟩
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